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Diego Valero: "Temos de ajustar a idade da reforma, mesmo que seja um drama"
  • Este experto en previsión social y economía conductual defiende el uso de mecanismos para mejorar la toma de decisiones

O Ministro da Inclusão, Segurança Social e Migrações, José Luis Escrivá, declarou-se ontem adepto da economia comportamental para, entre outras coisas, a conceção de sistemas de proteção social. Escrivá reconheceu-o durante o seu discurso na 7ª Conferência sobre Pensões organizada pela CincoDías e Ibercaja, onde Diego Valero, presidente da Novaster e perito nesta nova disciplina científica comportamental defendida pelo ministro, explicou que em sociedades longevas como a espanhola, "o que é necessário não é inovação tecnológica, que já temos, mas sim inovação social".

Na opinião da Valero, a sociedade deve preparar-se para este novo mundo "e isso significa ter as pessoas no centro de tudo e compreender o seu comportamento". Sobre este ponto, a ciência comportamental ajuda as pessoas a tomar melhores decisões.

Neste sentido, considerou que o papel da indústria financeira nesta revolução social deveria ser o de "acompanhar as pessoas; não se trata de vender produtos mas de satisfazer as necessidades que as pessoas devem ter cobertas". Além disso, acrescentou que é possível trabalhar para alterar estas necessidades. Para este fim, deu como exemplo que as pessoas devem compreender que não devem gastar rapidamente todo o dinheiro que pouparam em pandemias e que este dinheiro as ajudará a viver melhor na reforma.

Passando ao campo das pensões, Valero considerou que a adaptação necessária nestas sociedades mais longevas implicará, entre outras coisas, "que a idade da reforma deve estar de acordo com o tempo em que vivemos e deve ser ajustada, embora muitas vezes seja um drama considerá-lo".

De facto, o consultor de proteção social salientou que muitos países já introduziram ajustamentos automáticos na idade da reforma. No entanto, parece que este tipo de ajustamento foi completamente excluído na reformulação do sistema de pensões que o governo está a negociar com os parceiros sociais. Apesar de estes mecanismos de ajustamento para a idade da reforma não irem ser adoptados, Valero considerou que o envelhecimento ativo deveria ser promovido. Pediu que as universidades fossem reconvertidas em centros de recapacitação permanente, porque isso impediria as pessoas mais velhas de serem incapazes de trabalhar.

Apelou também aos governos para assegurarem que os sistemas de pensões que dependem do equilíbrio de gerações - como o sistema espanhol - sejam equilibrados a longo prazo. E, finalmente, lançou uma reflexão: "Todos os problemas de pensões seriam resolvidos se fôssemos mais produtivos".